TCHIM TCHIM COM “PATA CHOCA”– Adega Mor!

Somos uma equipa apreciadora de “Vinhos”, essa bebida cheia de mistérios, sedutora, intensa e divina, bem como de tudo aquilo que a rodeia.

Apreciamos quem sabe areá-lo, decantá-lo, colocá-lo à temperatura ideal e torná-lo num complemento de desejo. Apreciamos essa sensualidade e elegância, bem como os momentos especiais que ele proporciona.

Sempre atentos à infinidade de coisas interessantes que existem para descobrir, conhecer e fazer, eis que surge a oportunidade para visitar a Adega Mor. Contamos-lhe tudo!

A Adega Mor fica bem perto de Lisboa, entre Alenquer e Sobral de Monte Agraço, mais precisamente, no Alto dos Fetais E.N. 248.

Com 72 anos de história, é uma adega privilegiada, construída, em setembro de 2014, por Diogo Zuzarte Martins, que assim deu continuidade a um negócio iniciado pela família, em 1946. Tudo começou com o seu avô, Francisco Zuzarte Reis, e, posteriormente, com o seu pai, Raúl Martins, com a empresa Casco Real, em 2003.

Fomos recebidos cordialmente por Marta Ramalho, do Departamento de Marketing. Conduzidos por essa simpatia, pela afabilidade de Patrícia Moleiro, do Departamento Comercial, pelos conhecimentos de José Pedro Figueiredo, do Departamento de Enologia, e pelo Diogo Zuzarte Martins, proprietário e fundador da Adega Mor, ficámos a conhecer um pouco do percurso familiar e de todo o processo de produção do vinho, desde o período de colheita até ao engarrafamento. Tivemos pena de já ter passado a época das vindimas! E, por isso, não vivenciámos esta vertente do quotidiano vinhateiro, com a apanha das uvas, que proporciona, pelo que nos contaram, alegres convívios, muita entreajuda e um possante espírito de grupo.

Já não fomos a tempo de participar naqueles momentos que a apanha da uva proporciona, no cenário maravilhoso da planície da Quinta do Convento da Nossa Srª da Encarnação. No entanto, idealizamos como tudo aconteceria, através das palavras de Marta Ramalho e do enólogo José Pedro Figueiredo, responsável pelas decisões de produção de todas as etapas deste “elixir dos deuses”, empenhado em nos proporcionar um ótimo momento, muito cuidadoso nos detalhes da informação prestada.

Neste tour pelas instalações da Adega Mor, visitámos primeiro o laboratório, onde se realizam todos os controlos de qualidade ao vinho, desde a receção ao enchimento. São cerca de 400 os controlos mensais realizados para garantir que todos os vinhos, quer os da adega, quer os expedidos, estejam conforme os padrões de qualidade exigidos.

Durante a visita, tentamos perceber todos os procedimentos para obter o vinho.

Depois da colheita das uvas, existe uma distinção do processo entre as uvas brancas e as uvas tintas. As uvas tintas são encaminhadas diretamente para cubas onde fermentam em contacto com as películas, durante cerca de 5-10 dias, a uma temperatura de 25-28ºC, para se transformarem em vinho.

Quanto às uvas brancas, vão diretas para a prensa que separa as peliculas do líquido. Depois são fermentadas a uma temperatura um pouco mais baixa (15-18ºC), durante 10-20 dias.

No final desta primeira etapa, já temos vinho, mas é necessário um pouco mais de tempo para que este possa clarificar e ficar pronto para beber. É um período que necessita de muita vigia e provas constantes, mas é quando se começa a definir qual o rumo certo para cada tipo de vinho, consoante as suas particularidades.

Depois de bem delineado o objetivo para cada vinho, vai para a madeira ou o inox repousar o tempo necessário para ganhar as características pretendidas até ao seu engarrafamento.

Já no exterior, visitámos as grandes cubas de inox. É aqui que se fazem os grandes lotes e estagia o vinho. É uma das partes mais importantes, porque é aqui que se começam a definir os vinhos. Com as cubas de grande capacidade, conseguem fazer lotes muito semelhantes para proporcionarem aos clientes um vinho homogéneo, durante todo o ano.

Entrámos, posteriormente, na zona de produção ou engarrafamento. É onde se encontram as linhas de enchimento. Aqui os vinhos são engarrafados, rotulados e colocados em paletes prontas para seguirem para os clientes.

Passámos à adega (cubas dispostas numa sala). Aqui estagia algum vinho e preparam-se outros para seguirem para as linhas de engarrafamento.

O local seguinte foi o espaço da logística (onde se encontram as paletes de vinho em racks, prontas para serem expedidas). Tem capacidade para armazenar cerca de 900 paletes, conseguindo, desta forma, dar resposta positiva às encomendas.

Sendo os consumidores cada vez mais exigentes, tanto a nível da qualidade como da estabilidade do produto, é neste espaço que voltam a analisar e fazer um último controlo aos vinhos antes de saírem para os clientes.

Gostámos de tudo… as explicações pormenorizadas, a história e a estrutura da empresa.

O projeto reúne três quintas: Quinta de São José da Lage, Quinta da Boticaria e Quinta do Convento da Nossa Senhora da Encarnação, tendo sido esta última que a equipa do “A Boa Vida Persegue-me” conheceu mais de perto.

Guiados pela gentileza da Marta e da Patrícia e pelos conhecimentos do Diogo Zuzarte Martins, fomos visitar a Quinta do Convento da Nossa Senhora da Encarnação. Apesar de se encontrar em obras, foi possível conhecer a sua história, as suas gentes e a vinha, num ambiente informal, sendo a partilha de conhecimentos fundamental.

As vinhas ajudam a criar um ambiente único, harmonizando na perfeição tudo que está ao redor com as características da região. São mais de 200 hectares de vinha, entre vinhas próprias e  parcelas de aluguer, todas na região vitivinícola de Lisboa, mais especificamente em Alenquer, com uma capacidade de produção que ronda os 8 milhões de litros por ano.


As vinhas da Adega Mor têm sido pensadas de forma a obter o melhor terroir, combinando cuidadosamente as castas, clima e localização. Nesta zona, as vinhas são protegidas dos ventos atlânticos, favorecendo a maturação das uvas e a produção de vinhos tintos aromáticos, elegantes, ricos em taninos e capazes de envelhecer alguns anos em garrafa. Os vinhos brancos caracterizam-se pela sua frescura e caráter citrino.

A maior área de vinha é composta por castas tintas e aí têm Syrah, Caladoc, Alicante Bouschet, Castelão, Touriga Nacional e, nas castas brancas, Fernão Pires, Arinto, Azal, Seara Nova, Vital, Loureiro. Em ambas têm também zona de vinhas velhas em que as castas não são reconhecidas pela velha idade das vinhas.

De volta à sede, em Sobral de Monte Agraço, e já à volta da mesa, tivemos o privilégio de “desmontar um Bacalhau” e degustar um “Pata Choca”.

A Adega Mor, até agora dedicada à produção de vinhos não certificados, lançou o vinho Pata Choca Regional Lisboa 2016. Bem equilibrado e suave, representa uma viragem na sua estratégia comercial.

“Atirámo-nos” ao “Pata Choca”, sem culpas. Um vinho da região de Lisboa, premiado com medalha de Ouro, no Concurso Vinalies Internationales – Paris 2018, e medalha de Prata, no Concurso Vinhos de Lisboa 2018, CVR, para beber a qualquer hora, em qualquer ocasião, nas 4 estações do ano e para acompanhar qualquer tipo de prato. Bom porte cromático, aroma repleto de fruta de qualidade, bagas pretas e azuis, floral, café e tostados bem sugestivos. Seduz-me! Desperta o maior dos desejos, seduzindo logo ao primeiro ou segundo gole! Para mim são os tintos que possuem maior “sensualidade” por revelarem uma estrutura intensa.

A aparência deste vinho é um elemento evidente da sedução como o olhar de desejo!


Polifacetado, acompanha carne ou peixe. Nós acompanhamos com bacalhau com natas, uma harmonização possível, para abrir portas a outras, concordâncias, “espera-se”, igualmente bem-sucedidas. Um vinho que deve fazer parte das nossas garrafeiras, para degustar em qualquer momento.


A escolha de vinhos para estagiar em carvalho, francês ou americano, depende da estratégia de cada vinho, das castas que compõem o lote e do posicionamento que o produto vai ter no mercado. Não se aplica em todos os lotes de vinho a utilização de madeira que pode ser de outras formas, além da tradicional barrica. Em vinhos de segmento mais baixo, até porque o perfil de consumidor procura um vinho fácil de beber, sem grande complexidade, não utilizam esta técnica, deixando sobressair toda a fruta que a uva lhes dá.

Já noutros vinhos, que se querem mais complexos e com outro potencial de longevidade, como seja o Pata Choca, quase que o próprio vinho exige a harmonização do estágio em madeira.

Vinificado em cubas de pequena dimensão, com fermentação a temperatura controlada, seguido de parte do lote em estágio de madeira de carvalho francês e americano.

O vinho Pata Choca resulta predominantemente dos melhores lotes das castas Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Syrah.


Há rótulos de garrafas de vinho que são verdadeiras obras de arte, e garrafas que dão mesmo pena deitar fora. O Pata Choca é um deles. Este rótulo é um verdadeiro cartão de visita do vinho. Revela que a Adega Mor, não só se preocupou com a qualidade e características do vinho, como também com a sua apresentação/imagem, confirmando o que podemos chamar de uma imagem cuidada e atrativa à visão. Isso é um claro sinal de que a questão foi aprofundada com cuidado.

Aqui, com um ambiente agradável e descontraído, fomos convidados a partilhar “Bons Momentos” e degustar os vinhos da Adega Mor, especialmente o “Pata Choca”.

Parabéns à vinícola e a toda a sua equipe. Obrigado Marta, José Pedro, Patrícia e Diogo.

Uma visita que recomendamos!

Tchim Tchim!

Crédito fotográfico: Miguel André Silva.

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Sinta-se à vontade para visitar: Adega Mor e ADEGA MOR.

Agradecimento: Moms Amade e Siwana de Azevedo.