JOÃO FEIJÓ E EU… “Zen Connection”!

A cultura tem que estar presente, transversalmente em todas as suas dimensões, nas atividades deste blogue “A Boa Vida Persegue-me”.

Todos merecem um pouco de arte e beleza na vida. Não acham? Dar à arte e à beleza a importância que elas merecem.

Esta exposição virtual “Zen Connection” leva-nos a viajar pelo mundo da arte e da beleza das aguarelas, proporcionada pelas obras do conceituado artista plástico português João Feijó, convidando-nos a conhecer a sua paixão por aquilo que faz, que cria, bem como a sua inspiração.

Foi assim que João Feijó me fascinou e o seu trabalho é capaz de inspirar qualquer um.

Convido-vos a seguir as minhas aventuras culturais, as histórias e as obras de arte partilhadas pelos artistas.

Hoje, começo por transcrever as palavras de N. Lima de Carvalho, diretor da Galeria de Arte do Casino do Estoril, e de Margarida Prieto, curadora, com uma ligeira alteração de minha iniciativa, mas de harmonia com o perfil artístico de João Feijó.

Para N. Lima de Carvalho: “Zen Connection”, muito me apraz falar, sobre esta exposição de aguarelas, especialmente por me permitir falar de um projeto artístico de um pintor que tem não só talento, mas garra, persistência, vontade de vencer, não lhe faltando qualidades, patentes na melhoria crescente dos trabalhos por ele apresentados, como também mercê da transição, há uns sete anos concretizada, do figurativo para o abstracto, onde a criatividade tem campo mais propício.

A sua preferência pela aguarela veio-lhe, no seguimento dos seus primeiros contactos com o mundo artístico, terem surgido, através desta modalidade, fruto da sua personalidade, formação intelectual e artística e gosto pessoal.

Esta exposição “Zen Connection” de seu nome, muito acertadamente escolhido, é incontestavelmente marcante na carreira artística de João Feijó. Como aguarelista, integrando-se na execução de novas técnicas, marcadas por uma abordagem gestualista e espontânea de cariz expressionista, com os efeitos cromáticos conseguidos na diversidade e riqueza de cores utilizadas, com grande número de tonalidades, num verdadeiro festival de cores, que acabam por ser a essência da Pintura.

Um dia escrevi, convicto, que a aguarela está para a Pintura assim como a poesia está para a Literatura. Quando olho para os trabalhos de João Feijó vejo ali não apenas a cor com a sua beleza, como também a poesia com o seu encanto. Sou levado a pensar que a poesia se encontra em todos os seus trabalhos. Possivelmente, resulta do ADN familiar do seu autor, na pessoa do grande poeta limiano, seu familiar, António Feijó, em cuja obra literária se destacam livros de poesia como “Líricas Bucólicas”, “Livro de Jade”, “Ilha dos Amores” e “Cancioneiro Chinês”, não sei se fonte dos conceitos do pensamento chinês ligados ao Yin e Yang que tanto encantaram o João Feijó.

Não posso deixar de felicitar o autor pela qualidade dos trabalhos”.

Complementando a exposição, as palavras de Margarida Prieto: “É com muito orgulho que acompanho o projecto “Zen Connection” de João Feijó, para quem Zao Wou Ki, pintor chinês com fortes influências da cultura oriental (que tanto foi beber a Picasso e Cezanne) e que tem sido uma grande referência e fonte inspiracional, ao longo do seu percurso, surgindo assim, com muita naturalidade, a influência filosófica que este projecto traz a esta mostra.

Numa fase tão conturbada como a que o Mundo atravessa o despertar da consciência em tempos de incerteza, neste momento de crise que vivemos, crise esta que se manifesta nas mais variadas áreas e cujas consequências se tornaram na maior de todas as guerras: a luta pelo controlo mental do ser humano, tornando-se assim tão fácil irmos perdendo as nossas raízes, a nossa noção da dualidade e a exploração livre da nossa criatividade.

Assim, parece-me de primordial importância reportarmo-nos às civilizações milenares, aos seus ensinamentos tão simples e tão básicos, mas que continuam ao longo dos séculos a nos relembrar da importância de nos mantermos ligados à nossa essência etérea e à nossa força criadora.

O processo de criação deste Artista explora conceitos do pensamento oriental ligados ao Yin e Yang e à forca criadora do Universo. Pode ser lido no Grande Livro do I Ching: “O Poder Criador é nada menos que o mecanismo detonador da explosão evolutiva. Este momento é excepcional em termos de inspiração, energia e vontade. Por muito relutante e racional que o nosso pensamento possa ser, a força deste momento é o propulsor que nos lança nos nossos destinos.”

Lançou a existência das dez mil coisas do universo, e lança João Feijó na busca do aprofundamento das forças opostas que nos rodeiam e que permitem a evolução do ser e do viver nas suas dimensões mais alargadas.

Estas obras, fazem pensar nos conceitos opostos ‘do cheio’ e ‘do vazio’ e da linha de horizonte tão ténue que os divide e os aproxima. João Feijó explora os limites das dualidades e o seu ponto de união e interdependência.

Continuamos a observar um minucioso e excelente trabalho de desenho, a Mãe de todas as artes, e uma pintura de aguarela perfeita que não permite qualquer erro na utilização dos pigmentos suspensos num veículo solúvel em água, com uma dimensão no tempo e no espaço. Nos milénios de cultura anteriores à nossa época de “reprodutibilidade técnica” e de virtualização da imagem, foi não apenas a imagem portátil por excelência, mas a técnica privilegiada de registo de observação directa, de ensaio de representação, de simulação e de ilustração, tão essenciais.

Tal como João Feijó nos refere a “linha de horizonte” a que o Artista nos tem habituado serve-nos de fronteira a ultrapassar para nos fazer entrar no mundo a que a nossa imaginação nos quiser levar e convida-nos ao sonho que, juntamente com o imaginário, são estes os verdadeiros ingredientes que devem servir de base a qualquer obra de Arte.

E é esta inspiração que João Feijó tão bem soube aproveitar neste seu trabalho“Zen Connection”.

Para o artista Plástico, João Feijó: “O trabalho que me proponho apresentar assenta numa base em que os opostos se atraem e se completam. Para mim, forma um todo da vida universal como, por exemplo, na simbologia chinesa, o Yin e Yang.

Sem querer estabelecer qualquer género de paralelismo, seja ele religioso ou meramente simbolista de uma qualquer crença, é esta a forma como sinto, hoje, o meu trabalho, a minha arte.

Estes opostos, que se atraem e se completam, tal como a mulher e o homem, a noite e o dia, vida e morte, tristeza e alegria, branco e preto, luz e sombra, terra e mar, catolicismo e ateísmo, amizade e solidão, saúde e doença, continuando, numa infinidade de emoções que se transcendem a si próprias, enquanto sabedoria humana e, quiçá, universal, em que tento desenvolver este pseudo-sentimento artístico.

O trabalho é desenvolvido num estado de introspeção, meditação e espontaneidade permanente, por forma a que se torne o mais verdadeiro possível, criando uma espécie de encarnação de sentimentos por mim vividos, antes, durante e, quem sabe, num futuro próximo.

Trabalho esse, também, no qual tento exprimir, ao máximo, todos os meus sentimentos, na maioria das vezes bucólicos, românticos, alegres e divertidos mas, de uma extrema consciência interior.

Tento sentir o momento com muita atenção e espero que a pintura, juntamente com a disponibilidade emocional, me chame para a criação de mais uma obra mas, sempre, num estado de interiorização total para que seja o mais realista possível com o meu estado emocional.

É na técnica da aguarela, espontânea e gestual, que desenvolvo o meu presente trabalho, tal como o sentimento momentâneo, onde me tento expressar.

Tudo passa, também, pelas cores que utilizo, percorrendo desde as mais garridas, num estado de quase euforia, até às mais neutras e escuras, num estado de melancolia e alguma introspeção de vivências menos gentis, se é que o termo é aplicável, para não dizer de tristeza, assim como a gestualidade que acompanha a espontaneidade do momento, desde os movimentos mais ténues aos mais agrestes, numa dança de emoções.

Pergunto-me, por vezes, o porquê da “linha de horizonte” e se aquela linha representa o reflexo de um dito lago ou da imensidão dos mares, refletindo alguma paisagem ou um aglomerado de gente. Não… de certa forma, e por muito que possa parecer, não está perto do que tento transmitir, ou melhor, sentir, embora a água e a terra sejam dois opostos que se atraem e se completam numa perfeita harmonia, mesmo tendo personalidades bem distintas.

As linhas, que muitas vezes surgem no meu atual trabalho, servem apenas para me alertar dessas dualidades, extintas e que se completam, desse perfeito romance antagónico e, assim, fazer um jogo pessoal de harmonia estética e espiritual, num bailado de cor e movimento.

Depois de muitos anos passados, com um percurso bem marcado por trabalhos mais paisagísticos e figurativos, sinto, hoje, a necessidade de explorar algo de mais intimo, muito mais esotérico que, até para mim, chega a ser uma agradável surpresa, embora fogaz mas já consciente da sua existência. Daí, o perceber que tudo gira em torno destas duas partes que se completam, sendo para mim quase impossível fazê-las de uma forma decifrável e de rápida interpretação ao mais comum.

Tento explicar o porquê, desta abordagem à minha atual pintura, de forma teórica quanto possível, se é que a arte deve ser explicada… para mim, sem sombra de dúvidas, e sendo algo de tão pessoal, deverá cada um sentir o que a obra lhe transmite, não tendo de coincidir ou ser influenciado com o que o artista possa querer expressar, por muito que ao leitor venha a agradar.

Não é de todo fácil, ao artista, falar sobre a sua obra, sendo ela de tal forma apegada aos seus próprios sentimentos e vivências, quase que se impondo ao espectador o entendimento do nosso balancear emocional para interiorizar o que, de facto, tentamos transmitir pictoricamente.

Por este e todos os restantes motivos numa sucinta explicação, deixo ao sabor e critério de cada um, sentir ou não estas duas partes que o completam…

BIO

João Feijó nasceu em Lisboa em abril de 1963. Iniciou-se na difícil técnica da aguarela em 1975 e, em 1984, acaba por se dedicar a tempo inteiro as artes, onde começa a usar outras técnicas como óleo, acrílico, fotografia, carvão, arte-digital e escultura. Em 1986 acorda com a Galeria Multiface uma exclusividade das suas obras, parceria se manteve até 1994, quando abre a sua primeira Galeria L94, em Lisboa. Frequentou o curso de pintura, fotografia e escultura na A.R.C.O e o de desenho na S.N.B.A.

Trabalhou também em conjunto com artistas de renome, Artur Bual, Moreira Aguiar, António Joaquim, Gustavo Fernandes e Rogério Timóteo, entre muitos outros.

Grande parte do seu trabalho encontra-se em coleções particulares, públicas, empresas nacionais e multinacionais espalhadas, nos vários cantos do mundo, nomeadamente Canadá, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Bélgica, Brasil, Estados Unidos da América, Japão, Macau, China, Tunísia, França, Austrália, Holanda, Islândia e Angola, Marrocos e África do Sul.

Também faz parte do espólio de arte do Vaticano, em Itália, com a obra UNOS.

Por mais de 18 anos, também foi curador, galerista e diretor, responsável por importantes eventos de arte, a nível nacional e internacional.

PREÇO DAS TELAS SOB CONSULTA!

Convido a visitar a página do artista plástico João Feijó.