Precisava zarpar! O país de férias e eu a contar os dias para voltar a sentir o “Dolce far Niente”, o calor tórrido, os pés enfiados em havaianas, aproveitar os espaços exteriores, dando-lhes a frequência necessária, e viver o tempo quente em toda a sua grandeza, porque nada sabe a verão sem lhe retornar.
Era sábado, estava bom tempo e, no lusco-fusco uma ligeira brisa dançava tranquilamente com as árvores, com os arbustos e com os tecidos das camas com dossel. Leve, ameno, suave, até aqui, brilhante, era o sol que chegava ao fim da sua caminhada, juntando mais carga emotiva à vida e aos nossos laços de convivialidade.
Pairava um certo silêncio aprazível, interrompido apenas pelo sussurrar das pessoas que deambulavam por ali, de quando em quando, embalados pela brisa da tardinha e pelos sons ecléticos do Dj CHADUBRiTT.
No Spot Tróia Beach Club, com uma localização privilegiada, onde a paisagem é tão bela que nos corta a respiração, onde a Serra da Arrábida e o Rio Sado abraçam o mar, fomos convidados a brindar às coisas boas da vida. Foi impossível resistir-lhe!
Enquanto alguns recebiam massagens, outras aproveitavam para se conhecer melhor e brincar entre si, outras simplesmente relaxavam, em camas de dossel. Nós, refastelados no bem-estar, brindámos muito à vida. Foi agradável descomprimir depois de uma semana de trabalho, num espaço com uma vista de tirar o fôlego.
Optámos por um aroma fresco e frutado, sem ser doce, porém, leve e macio. Refiro-me, é claro, à sangria!
Chegou à mesa num jarro e foi servido num copo de pé alto, transparente, possibilitando-nos observar todos os seus tons, como se de uma aguarela ruborizada se tratasse. Não devemos facilitar, o recipiente é tão importante como o conteúdo!
Entretanto, fiz com que a sangria e o copo privassem inclinando o copo ligeiramente permitindo que o aroma olfativo viesse até mim, exaltando os sabores mais recônditos, das frutas vermelhas, como morango, amora e framboesa.
Provei e saboreei lentamente… refresca e limpa o palato! Gostei.
… Inspirado por uma vibe luminosa quebrei o silêncio e segredei:
– Gosto desta calma, gosto deste bem-estar que aqui se vive, gosto deste espaço de inspirações, gosto desta sangria… As coisas aqui vivem-se com tempo, sem pressas.
– Sabe sempre tão bem quando estamos de férias! Tenho aproveitado estes dias para fazer “rien de rien”. Há coisa melhor do que isto?
O tom morno de um fim de dia a pedir serenidade, no lusco-fusco do entardecer, traz lucidez às coisas em que acreditamos, certo?
Fotografia: Sandra Simões/Maria José Conceição