A aprazível rua das Portas de Santo Antão que no século XV foi uma das portas de entrada da cidade de Lisboa, perfila-se com uma singularidade de quem atrai muitas vidas e onde muitos mundos se cruzam. Multidões de espetadores que enchem as salas de espetáculos do Coliseu dos Recreios, do Teatro Politeama, (que bem poderia ter sido uma Broadway à portuguesa) ou do contíguo Teatro Nacional D. Maria II; multidões de turistas que passam paulatinamente à procura da famosa ginjinha e da beleza mourisca da Casa do Alentejo; e multidões de imigrantes que se concentram nas contiguidades à espera de melhores dias.
Para além da Ginjinha do Rossio, onde cidadãos de todo o mundo, secam cálices do néctar requintado e sedutor da Ginja, esta rua é conhecida pelos seus restaurantes turísticos, cafés, comércio tradicional.
Na continuidade da rua das portas de Santo Antão, passada a emblemática Casa do Alentejo, o antigo Ateneu Comercial de Lisboa (onde funcionou uma instituição e um ginásio), em frente ao Funicular do Lavra, que nos leva ao Jardim do Torel, culminamos no Largo da Anunciada. Assumindo o vitalismo das duas lisboas, a antiga e a nova, no seio do reboliço boémio das Portas de Santo Antão, o largo oferece a tranquilidade indispensável a uma boa sentada/repasto que nos permite fazer uma pausa no stress do dia-a-dia, propondo matar-nos-o-bicho com um bom pequeno-almoço, um almoço reconfortante, um jantar intimista ou uma alegre e serena reunião entre amigos e a possibilidade de desfrutar de uma energia contagiante. Olhe que bom que é!
É na esquina que se destaca, no número 1, a fachada de um edifício que ostenta quer do lado direito quer do lado esquerdo, três painéis em azulejos, onde se lê em cima “Leitaria da Anunciada”.
A Leitaria da Anunciada, estabelecimento que em 1927, nessa altura, com o nome Vacaria Andrade, vendia leite diretamente das vacas leiteiras, mungidas no local conforme a necessidade e o gosto de cada cliente. Havia 3 vacas leiteiras diferentes. Uma malhada, uma preta e uma castanha. Os clientes traziam os seus recipientes e escolhiam o leite da vaca que mais gostavam.
Mais tarde tornou-se num snack-bar e hoje funciona como um restaurante de sabores contemporâneos.
É um edifício quase centenário, com histórias para contar e muitas preciosidades para se descobrir. Além de falar dos produtos lácteos que comercializava, em outros tempos, conta a lenda que os sucessivos proprietários, eram os genros, dos donos que depois de casados com as respetivas filhas, tornavam-se proprietários.
O atual proprietário, o Jorge Manuel Costa, também não fugiu à regra. Casou com uma das filhas do antigo dono, hoje aposentado.
Em abril de 2018, inspirado no conceito de decoração de Isabel Mesquita, a antiga “Leitaria da Anunciada” sofreu uma profunda remodelação e foi transformada num restaurante com uma cozinha contemporânea de autor.
Jorge Manuel Costa, investiu neste seu primeiro projeto em nome próprio, respeitando a traça original do edifício, tanto no exterior como no interior, salvaguardando alguns detalhes que o ligam ao passado e conservou o nome daquilo que foi a “Leitaria da Anunciada”. Manteve os painéis de azulejos na fachada exterior que retratam temas pastoris, ilustrando a ruralidade que noutros tempos pincelava o centro da cidade.
Para além de proprietário, Jorge Manuel Costa é um exemplo de simpatia e cortesia. É um anfitrião atento. Percebe-se o gosto e a vontade que tem de receber bem clientes e amigos, visível nos pequenos detalhes do restaurante -TV sintonizado no canal “Mezzo”, decoração despretensiosa, mas com algumas particularidades, como a máquina antiga de fazer manteiga, a máquina de manter e servir leite e café de saco, a máquina registadora antiga, as licenças para venda de tabaco a retalho e a balança antiga – ostentam memórias de um passado com décadas, que são sempre de preservar.
A par destes elementos veio uma decoração a condizer. Com cores frescas e neutras das paredes e teto que contrastam com o azulão das cadeiras e harmonizam bem com o castanho dos candeeiros de metal e o carvalho dos móveis.
No espaço tudo transpira harmonia, não só com o passado, em torno dos costumes lácteos, mas também com a decoração interior. É discreta, a fazer lembrar uma tasca moderna, tirando partido dos contrastes esbatidos dos tons calmos. O ar distinto da pedra Lioz do chão e balcão, “uma pedra calcária rara”, confere-lhe uma personalidade serena, suave, positiva e elegante que é um bálsamo para a alma da Leitaria da Anunciada.
O seu foco é aparentemente simples, oferecer pratos repletos de sabor. Enquanto se escolhe uma ou mais sugestões da autoria do Chef Noronha, observa-se o ambiente e aprecia-se a boa vibe do spot, onde também se destaca o profissionalismo, a dedicação e a cordialidade da equipa.
A interação entre a esplanada e a sala de refeições interior é harmoniosa. O envidraçado permite enorme claridade, sobretudo na primavera e no verão, altura em que estes espaços conhecem os seus dias de glória.
Na esplanada coberta, arejada e de ambiente descontraído, pode optar entre o almoço/jantar à lista, pratos vegetarianos, o serviço de snack mais leve ou apenas deliciar-se com um Aperol Spritz. Servida com uma palhinha de massa, tipo esparguete, um produto vanguardista e 100% biodegradável – uma novidade eco-friendly – também comestível. Uma atitude amiga do ambiente a contribuir para acabar com o uso excessivo do plástico.
Em grupo ou mesmo sozinho o bem-estar que se vive e se sente é contagiante, em qualquer refeição.
A forma simpática e gentil como fui recebido, os sorrisos do primeiro dia e tudo mais, fizeram-me sentir em casa desde logo. Uma equipa plural que enche de orgulho o líder deste “elenco”, Jorge Manuel Costa! Bom de sentir. Gosto disso.
É esta a equipa que nos recebeu, com simpatia, profissionalismo e boa disposição, onde a diversidade e a fusão não se fazem sentir só nos pratos. O elenco desta história é composto, pelo Luís D Noronha que veio de São Tomé e Príncipe; José Patrício o Guilherme de Portugal; Gustavo Almeida do Brasil; Isabel Santos de Angola; Minhaz Khan Sagati do Bangladesh; Bravrsh Kumar Pate da India; Abibato Djaló a Biba da Guiné; Merlin Koboli a Mely da Albânia e Madhukar Maharjan o Madu do Nepal.
A filosofia seguida pelo Jorge Manuel é a integração de pessoas de nacionalidades e culturas diferentes. Particularidade que muito me apraz. Uma grande diversidade de nacionalidades que fazem da Anunciada uma Leitaria com lugar para todos. O processo de fusão deu início a um novo período da estória da anunciada. Investir na inovação para receber novos perfis: lidar com diferentes personalidades, um “elenco” variado, tanto a nível comportamental, quanto de nacionalidade, faz com que o Jorge Manuel Costa vá mais além, sem perder os anos de história do spot.
O Chef Noronha, um “santomense” de sorriso fácil e rasgado, é uma descoberta que quero partilhar com todos vocês. A cozinha internacional serve-lhe de inspiração. Ingredientes do mundo, que conferem à comida cor, frescura e um sem-número de texturas, repletas de sabor do primeiro ao último prato.
Na cozinha e à mesa transbordava energia da boa, a disseminar alegria, bem-estar, aromas e sabores.
O chef Noronha, um difusor da comida de fusão, gosta muito de viajar e transpõe esse gosto para as receitas. Viajou, trabalhou por aí a adquirir experiência, andou a comer o mundo e lançou âncora no Largo da Anunciada, antes de se aliar ao elenco da Leitaria, para criar uma ementa especial de degustação com ousadia e experimentalismo.
Com o Jorge Manuel Costa formou uma equipa que reúne pessoas oriundas de vários pontos do mundo, proporcionando uma viagem de saberes, sabores e pessoas. Olha-se para a história de Portugal e sente-se a sintonia!
Sem uma equipa equilibrada e feliz não há clientes felizes.
A ementa assinada pelo Chef Noronha, propõe uma variedade muito interessante de pratos, inspirados no mundo.
Uma viagem interminável onde vai recolhendo ingredientes daqui e dali e construindo ementas e degustações. Um mix de ingredientes do mundo, uma cozinha com misturas improváveis que resultam na perfeição.
EMENTA
O sabor da vida e dos pratos para desmontar avidamente, dependem da criatividade nas conjugações por parte de quem os tempera.
A Leitaria da Anunciada oferece uma lista cuidada e variada com alguns dos melhores produtos gastronómicos portugueses e do mundo. Conta com muitas surpresas e algumas propostas ousadas para uma refeição mais distendida.
Destaca-se a Cataplana de Tamboril com Marisco. Aos poucos ganhou espaço e tornou-se no Ex-libris da casa.
“Agora sim, a Degustação”
O menu de degustação que o chefe preparou para nós, tem 2 entradas, 4 pratos e 2 sobremesas. É como contornar uma montanha de sabores, sensações e o deleite dos olhos: pois o empratamento é aprazível aos olhos. Uma mesa bonita e um prato aprazível são pontos chave para que a hora da refeição se torne num momento apetecível. Certo?
Desfrutamos da Viagem do Chef Noronha, onde se cruzam fronteiras culinárias e recria algo original e as degustações dos melhores vinhos se harmonizam com a gastronomia internacional. O nome disto é mundo.
Ouvi dizer que o Chef Noronha ambicionava que esta dupla de comensais da “Boa Vida” experimentasse esta viagem gastronómica, numa degustação que faz cair em tentação e cometer excessos diante de uma verdadeira epopeia gastronómica, pelo mundo nos ingredientes exóticos, nos sabores e no palato. É isso Chef?
PARA VIAJAR BASTA EXISTIR
Enquanto esperávamos pela resposta do Chef – com a certeza de que ninguém diz que não a uma viagem como esta – fomos desmontando uns acepipes.
Começamos pelo couvert. Foi servido manteiga confecionada no estabelecimento e beliscamos umas azeitonas temperadas.
A cozinha do Chef Noronha é um regalo para os olhos, a gulodice foi tanta que só à saída me dei conta que o Chef era o culpado pela descoberta da melhor gastronomia de fusão desta estação do ano e que ele é um bom representante da “fusion cuisine”.
A sua resposta chegou finalmente, com as melhores propostas gastronómicas servidas em tábuas pretas a imitar ardósia que deram um toque diferente aos empratamentos.
Sem mais delongas, seguimos para duas deliciosas entradas vegetarianas.
Começámos com uma típica versão dos “Peixinhos da Horta” da mãe, acompanhados por um puré de batata-doce confecionada com coentros e manteiga sem sal. Estavam sequinhos, levemente crocantes e sentia-se o aveludado/maciez na boca. Revela a paixão pela reinvenção da gastronomia tradicional portuguesa, pela busca de novas combinações de sabores.
A primeira entrada a arrancar os primeiros suspiros.
Na verdade, a excelência na cozinha não está na fama nem no preço de cada ingrediente/iguaria, mas sim no que se pode criar a partir de um ingrediente simples. O Chef Noronha surpreende ao propor simplicidade, inovação, criatividade e ousadia. É assim que o Chef se afirma. É um dos princípios da cozinha deste “Santomense” que agora podemos degustar no Largo da Anunciada.
Se é sabor que estamos a perseguir, há que reviver o que é tradicional na restauração e que herdamos do passado, através de um olhar inovador e mais contemporâneo e com um twist português. É assim que, de um menu de degustação que reúne muitas sinergias, se destaca os peixinhos da horta! Tão simples na sua essência.
A seguir, o segredo do queijo da ilha dos Açores. Gosto muito de queijo sem ser fanático. É excelente para terminar uma refeição, acompanhado de um bom tinto, quando a sentada se espraia e a conversa se alonga.
Cogumelos recheados com Queijo da Ilha dos Açores e Manjericão, uma erva aromática de grande fragância que combina deliciosamente bem com queijo e cogumelos.
O queijo de sabor intenso é equilibrado pelo sabor neutro do cogumelo, com o sabor, frescura e o toque cítrico do manjericão a dar aquele twist final. Viciantes até mais não!
Primeiro prato de peixe
O primeiro prato de peixe foi o momento certo para começar a despertar o gastrónomo que há em mim. Bife de atum perfumado com molho de alho doce, (vinho tinto aliado a outros ingredientes qua fazem o molho ficar doce – segredo do Chef Noronha).
Todos os meus amigos sabem que gosto muito de atum, seja ele cru, grelhado, curado ou em conservas. Sobretudo bifes de atum fresco grelhados ou uma bela Cachupa de Atum, de comida simples, porém muito saborosa, cheguem-se a mim que eu partilho os segredos do Chef Noronha.
Este prato não pode ser mais simples, porém é delicioso. O atum é grelhado, numa fusão de sabores/ingredientes completos, molho doce, pimenta rosa, cebolinho e cebola caramelizada. Ainda apanhei alho francês que serviu de cama.
A seguir foi preciso ter cuidado com a língua, para manter o gosto!
Segue-se, Pota grelhada com Puré de Couve-flor e molho de coentros.
A pota estava bem grelhada, macia e saborosa, acompanhada com puré de couve-flor muito cremoso e mais leve que o puré de batata, ganha textura e amplitude com os temperos do molho de coentros e o aveludado da manteiga.
Esquecendo todas as regras segurei a Pota com os dedos… comi tentáculo a tentáculo com a mão. Pensei em fazer outra visita ao prato, sabia-me bem, mas desisti porque entraram outros clientes. É que algumas comidas não muito gordurosas podem ser degustadas com as mãos, sem problema. Sabe tão bem quebrar regras eu tinha que provar a pota assim.… quando em minha boca, deixar a pota descansar um pouco entre a língua e o palato… saborosa, macia, suculenta, grelhada…. rapidamente seduziu!
Podíamos ter terminado a refeição por aqui. Poder, podíamos, mas não teria sido a mesma coisa. E ainda bem que não nos ficamos só pelos sabores do mar.
Peito de Peru com Pimento Padrón e molho de lima.
É bom, sem dúvida nenhuma! É embalado e conservado em vácuo sem contato com o oxigênio, responsável pela oxidação. O ar é retirado e congelado. Quando é confecionado retira-se do vácuo e antes de colocá-lo na grelha é temperado generosamente só com sal.
O peru que geralmente é uma carne seca, aqui tornou-se suculenta, saborosa, com um toque de lima a dar uma grande frescura ao prato e uma certa acidez.
Miguel Pais Silva, deu a primeira dentada, pequenina, para lhe sentir o sabor, olhou para o prato e sorriu: “Está espetacular, grelhado no ponto certo, simples, uma acidez q.b., e bem acompanhado com Pimentos Padrón assados. O seu aroma característico, resultante de terem ficado ligeiramente queimados, completam o prazer. A comida nem sempre precisa ser complicada para agradar. Como diz o fotógrafo: “O segredo está nas coisas simples”. Gosto de pessoas como o Miguel, que sabem comer bem. E comer bem não é repetir mais que uma vez, sem saber ou tentar perceber os ingredientes que estão no prato. Comer bem é saber degustar e deliciar-se com o que está a desmontar.
No alinhamento dos pratos de carne veio o segundo prato, dando seguimento aos três primeiros: dois de peixe e um de carne. Desta vez o Chef imaginou um Bife de Vaca laminado, grelhado, personalizado com um molho à base de mostarda 3 sementes, coentros entre outros ingredientes, acompanhado com batata-doce no forno. A intensidade de sabores foi aumentando de prato para prato ao longo da degustação e este foi eleito o de sabores mais intensos.
Talvez por isso foi reservado para último.
Considerando o meu palato pessoal, temi pela intensidade dos sabores. Mas, para meu alívio foi uma agradabilíssima surpresa. Este foi o prato que mais me despertou diferentes sensações ao mesmo tempo.
Gosto dos pratos que ficam por ficar, sem ocupar o lugar de outro!
… ainda a salivar, chegaram à mesa as SOBREMESAS.
Primeiro foi servido um gelado de gengibre com café arábico, amêndoa, polvilhado de canela e um molho/creme com redução de couve roxa.
Como um bom e perspicaz apreciador de sobremesas, o Miguel Pais Silva, fotógrafo do Blogue, quase atingiu um orgasmo gastronómico devido à textura, ao aroma e ao sabor do “Gelado de Gengibre”. Gostas, pouco gostas!
Tudo o que sei é que é uma sobremesa super saborosa, um cremoso sabor fresco, com toque a verão e é daquelas em que se pede sempre bis.
Ao longo deste post tenho utilizado com algum receio a palavra “simples” para qualificar as criações culinárias do Chef Noronha, como é o caso das farófias, um clássico na lista das sugestões, uma sobremesa com gosto de infância. O aspeto simples poderá, no entanto, advir de preparos inusitados. Repare-se no revivalismo gastronómico de alguns Chefs desta nova geração que aliam a sofisticação da cozinha de autor à simplicidade da cozinha tradicional. É o caso do Chef Noronha que sugere Farófias, em creme de leite, com amêndoa torrada, raspa de gengibre e canela. Guloso quanto baste.
Tão cremoso que suspirar depois de saborear a primeira colherada trazia mais uma dose de sabor. Todos os meus amigos sabem o quanto gosto de Farófias!
Comemos com tanta gulodice, que me penalizei: ficas uma semana sem tentações à mesa!
Nenhum de nós (desta dupla de comensais da Boa Vida), verdadeiros apreciadores dos prazeres da mesa, resiste à tentação de nos sentarmos à mesa para saborear e desmontar uma bela sentada/repasto e entregarmo-nos ao prazer de comer, louca e apaixonadamente. Para nós a mesa é um lugar de prazer infindável.
O restaurante e os pratos de Luís D Noronha valem uma viagem… e sempre um regresso. Não é para todos impor a sua cozinha num lugar emblemático sem romper com a história de um spot quase centenário. Gosto de lugares, e pessoas assim. Gosto de tudo aquilo que deixa ficar qualquer coisa de bom. Gosto de quem fica na minha vida. Gosto de quem apareceu por acaso. Levo as pessoas, sabores e aromas comigo.
Geralmente as coisas boas acontecem sem aviso prévio. Creio que é assim para as podermos apreciar paulatinamente.
Sirva-se à vontade: LEITARIA DA ANUNCIADA
Largo da Anunciada, n.º 1 – Lisboa
Contato telefónico: 21 342 4417
Créditos Fotográficos: Miguel Silva
Agradecimento: Uma palavra de agradecimento à Pelcor pela atenção demonstrada para com o Blog A Boa Vida Persegue-me na oferta do avental.
Fiquei curiosa para conhecer o restaurante e experimentar a ementa 🙂
Beijinhos :*
omundodapequeninaaa.blogspot.com
Viva,não deixe de ir! Sinto que vai gostar…