“50 ANOS DA MINHA EXISTÊNCIA DE ISABEL LEITÃO | NA GALERIA BELTRÃO COELHO”

O Blog “A Boa Vida Persegue-me” esteve presente na Vernissage da exposição “50 Anos da Minha Existência” de Isabel Leitão. Da pintura à poesia, passando pela moda africana, abrange quatro expressões artísticas: musical, plástica, literatura e moda. É um convite a olhar para dentro e (re)descobrir o valor da arte lusófona. A exposição é tudo aquilo que representa a diversidade cultural e a lusofonia! Existe arte para todos os gostos.

A artista presenteou-nos com um evento cultural que incluiu para além de uma exposição de arte, que reúne cerca de 11 quadros, a apresentação da sua obra poética intitulada “50 Anos da Minha Existência” (Prefácio do Professor Doutor Julião Soares Sousa, – lido pela filha da autora Raquel Flores).

Um momento musical (composto por músicas do livro) e um desfile de moda da sua coleção Isaleyfashion, completam esta mostra.

O seu livro, composto por algumas das pinturas que estão em exposição, narra através de 50 poemas inéditos, um percurso de vida e uma trajetória onde a arte, a cultura e o amor pela língua portuguesa são a mostra maior do trabalho de Isabel Leitão.

Foi apresentado pelo Escritor, Poeta e Gestor de Assuntos Culturais e Lusófonos Mário Máximo, que salientou ” No livro ’50 Anos da Minha Existência’, para além dos textos poéticos que, ao todo, são cinquenta, e de um CD (incluindo dois temas cantados) há dez reproduções de telas pintadas por Isabel Leitão. Se contarmos com a tela que dá o mote para a estampagem da capa temos onze pinturas.

As onze pinturas exploram uma vertente pictórica abstrata, onde se ‘lê’ uma procura intensa de formas em que a dinâmica das cores assume um papel central. Diria que há uma fusão entre o poder das cores em diálogo e um imaginário de sensações visuais gongóricas e libertadoras.

Sente-se que a autora se entrega a cada solução estética, a cada tela, com a vontade de criar um universo específico. Cada tela é uma procura de realização, uma procura de significado nas formas abstratas que nos propõe. Porém, existe coerência estética entre o conjunto das obras.

Os títulos atribuídos às dez pinturas interiores compõem um diálogo, em jeito de contraponto, entre a imaginação da palavra e a imaginação implícita em cada solução estética.

Não tenho dúvidas de que a autora, com estas onze pinturas, quis que visualizássemos uma parte do seu processo de libertação interior.”

A autora considera-se cidadã do mundo, não só pelas suas origens que derivam de vários continentes, mas pelo trabalho que desenvolve na CPLP. Exemplo disto são os “Prémios da Lusofonia”, uma iniciativa da sua autoria, que homenageia anualmente em Portugal, desde 2017, cidadãos e cidadãs da lusofonia que se distinguiram pela obra e carreira em atividades como música, literatura, cidadania, artes, comunicação social, teatro, cinema, educação, moda e estilismo.

“A GALERIA BELTRÃO COELHO, ALÉM DA ARTE, É SEMPRE PALCO DE ENCONTROS E REENCONTROS”

Encontros e reencontros têm uma magia própria e, ao vivenciá-los, tendo como cenário uma exposição de pintura, uma apresentação de livro e um desfile de moda afro, crescemos um pouco mais…. em beleza, criatividade, diversidade, tranquilidade, leveza e até em sabedoria!

“Reencontro de Amigos”, combina com os trabalhos de pintura, palavras escritas/ditas e design de moda afro, da autoria de Isabel Leitão, com curadoria de Ildebranda Martins.

Creio, que os encontros ou reencontros devem ser considerados como uma possibilidade, oportunidade de conhecer ou vivenciar algo diferente.

Nesta mostra de arte experienciei um desses reencontros que me lembraram, de forma simples, que a arte também serve para aproximar cidadãos, observadores de arte, pessoas singulares, unir pessoas, na partilha de formas de bem-estar, respeito pelo outro… e diversidade cultural.

Reencontrar pessoas e recordar momentos, e ao mesmo tempo conhecer novas emoções, pinturas, poemas e vestuário étnico fez de cada momento uma oportunidade de aprender, e conhecer outras formas de ver o mundo. Numa expressão forte na afetividade e na diversidade cultural.

Juntos na celebração dos 50 anos da Isabel Leitão, para falarmos de arte, cultura, música, emoções, comportamentos e da CPLP.

Eu gosto muito deste tipo de atmosfera que promove a cultura, a liberdade emocional, o pensamento livre, a diversidade cultural e a arte como forma de intervenção. 

Creio que, talvez por isso não seja estranho que na Galeria Beltrão Coelho, encontremos ou reencontremos amigos, cidadãos, artistas das mais variadas áreas, diferentes formas de apreciadores e críticos, e onde nos apercebemos da aproximação dos cidadãos à arte. Unem-se pela arte.

A vernissage de inauguração contou com a presença da Ministra Conselheira de Angola, Dulce Gomes, com o Embaixador Lauro Moreira, com a Artista Plástica Armanda Alves, José Henrique Prado Artista Plástico, Braima Queta Artista Plástico, Ana Isabel Santos, Ricardo Dinis, Juvenal Candeias, Maria de Lourdes Taylor, Luís Correia entre outros, que se encantaram com o ambiente enquanto se deliciavam com os “quitutes” do serviço de catering da Isabel Batata Doce – Batata Doce.

Todos aprendemos, enquanto apreciávamos a pintura, escutávamos as palavras ditas, as músicas e as comentávamos, fazendo paralelos com a realidade de cada um. O mais importante é que a arte, seja ela qual for, seja fator de inclusão, de desenvolvimento social e económico, de orgulho, beleza, tranquilidade. Que desperte todos os nossos sentidos. Através dela a humanidade possa expressar as suas necessidades, crenças, almejos, sonhos, lutas, conquistas.

Quando somos mais ricos culturalmente, geralmente, somos também melhores cidadãos. Ao sermos melhores cidadãos, certamente também ajudamos a exercer direitos e deveres em diálogo e no respeito pelos outros, com espírito democrático, pluralista, crítico e criativo.

Créditos:

Juvenal Candeias – Fotógrafo 

Carlos Rolo – Fotógrafo 

Carlos Bichinho – Fotógrafo

Eduardo Sousa – Fotógrafo

Fotografias gentilmente cedidas pela Galeria Beltrão Coelho e Equipa da Gala de Prémios da Lusofonia.