Neste artigo, iremos abordar alguns elementos cuja sua toma faz todo o sentido após os excessos de Natal.
Existem diversos instrumentos à nossa disposição para desintoxicar o fígado e, no fundo, todo o nosso sistema hepático. É este nosso sistema que sofre maior impacto, tanto com a alimentação, como com a medicação e também com as emoções (órgão de extrema importância nas emoções para a medicina chinesa).
Alcachofra (Cynara Scolymus)
A alcachofra é uma das plantas cultivadas mais antigas do mundo. Tem uma longa história de possíveis utilizações associadas à promoção da saúde. Investigações atuais identificam os seus principais constituintes e mecanismos de ação.
Da alcachofra, são as folhas que têm mais interesse por conterem maior concentração de compostos biológicos importantes.
Uma das suas aplicações mais conhecidas é na ajuda ao suporte da saúde do fígado, assim como da função gastrointestinal. O resultado de um estudo demonstrou que, após a suplementação com folhas de alcachofra, os pacientes com digestões difíceis notaram melhorias significativas. Há estudos que revelam também melhorias dos sintomas associados a perturbações digestivas, nomeadamente, as resultantes do mau funcionamento biliar.
Sabe-se que a alcachofra promove o fluxo de bílis, o que representa um conjunto de substâncias determinantes para a digestão das gorduras. É também, através da bílis, que é possível eliminar substâncias tóxicas, expelidas através das fezes.
A folha de alcachofra possui uma significativa atividade antioxidante, permitindo uma proteção hepática adicional.
Investigações têm associado à folha de alcachofra benefícios ao nível cardiovascular, designadamente hipocolesterolemiante.
De forma sucinta, o extrato de folha de alcachofra pode ser aconselhado como coadjuvante:
- Na melhoria dos sintomas associados a perturbações digestivas;
- Na desintoxicação hepática;
- Na redução dos níveis sanguíneos de colesterol.
Cardo-Mariano (Silybum Marianum)
As propriedades medicinais e os benefícios proporcionados pelo Cardo-Mariano são reconhecidos há mais de 2 000 anos. Existem registos datados do século I que indicam a utilização desta planta pelos romanos, como um agente protetor do fígado. Registos médicos datados dos séculos XVIII e XIX também citam o Cardo-Mariano no tratamento de males.
O seu chá de cardo é indicado para tratar casos de hepatite viral aguda e crónica, cálculos biliares, dispepsia, cirrose causada pelo álcool e colesterol elevado. Além disso, esta planta tem a fama de ser um remédio para estados depressivos.
O Cardo-Mariano ajuda a manter o fígado saudável e pode ser utilizado sempre que este órgão esteja sob tensão, o que é geralmente visível pelo elevado número de enzimas hepáticas.
O componente ativo do Cardo-Mariano, responsável pela proteção do fígado, é conhecido como silimarina. A silimarina está no grupo de flavonoides (silibinina, silidianina e silicristina) e tem o papel de reparar as células do fígado que estão danificadas devido ao excesso de substâncias tóxicas, como o álcool. Além disso, a silimarina evita que novas células do fígado sejam danificadas e reduz a inflamação, já que é antioxidante. A maior parte dos produtos feitos a partir do Cardo-Mariano possuem de 70% a 80% de silimarina.
Alguns dos benefícios do silybum marianum que podemos citar são:
- anti-séptico;
- anti-inflamatório;
- antioxidante;
- com propriedades digestivas;
- diurético;
- regenerador;
- tonificante;
- A sua fama também abrange os tratamentos antidepressivos.
Colina
A colina é um componente fundamental da fosfatidilcolina que se encontra na lecitina.
A fosfatidilcolina atua como um agente lipotrópico, ou seja, previne a acumulação de gordura e colesterol no fígado.
A acumulação de gordura e colesterol no fígado pode comprometer a capacidade hepática de funcionamento na desintoxicação, metabolismo, produção de bílis, entre outros, e pode ainda levar ao desenvolvimento de distúrbios ao nível da vesícula biliar e ductos biliares (por exemplo: litíase biliar).
Muitos estudos têm demonstrado que a suplementação com colina é eficaz na redução da sintomatologia associada a várias doenças hepáticas (exemplos: hepatite, cirrose, fígado gordo) e na proteção do fígado contra danos provocados por vários tóxicos, como o álcool, determinadas drogas e toxinas, vírus e radiação.
Borututu (Cochelospermum Angolense)
Borututu é uma planta africana reconhecida pelas suas propriedades preventivas e curativas.
Desde há séculos que a medicina tradicional angolana desenvolve as mais variadas curas com esta planta, que tem revelado excelentes resultados em várias doenças que afetam o território angolano.
São, geralmente, doenças hepáticas, entre as quais se encontram a hepatite, icterícia, e tantas outras que a medicina tradicional consegue tratar.
Devido à sua fama, era usada regularmente pelos colonos, que faziam desta planta um “medicamento” preventivo. É uma raiz rica em quinona, catequinas, polióis e bioflavnóides, altamente desintoxicante e purificadora.
Devido à sua riqueza em substâncias com atividade fisiológica, atua em grande parte no nosso organismo, conforme a carência das células, sendo ainda reconhecida no tratamento de doenças do estômago, fígado, vesícula, baço e todo o aparelho urinário.
Como purificadora, permite a fluidez do sangue, combatendo o colesterol e normalizando a tensão arterial. No seu uso externo, combate herpes, chagas e outras infeções dérmicas.
Por ser muito diurético elimina gorduras e reduz o peso.
Muitos mais poderíamos aqui indicar, no entanto, estes são dos mais eficazes e mais fáceis de encontrar. Poder-se-á ainda optar por uma fórmula que os inclua a todos, quer em xarope, quer em ampolas, tornando-se numa opção mais eficaz.